📬 011 UX News – Leis da Gestalt em Interfaces Digitais
Entender como as pessoas percebem e processam informação visual é uma competência fundamental para criativos, o que se aplica, é claro, a designers que trabalham com interfaces digitais.
Afinal, para promover soluções ou produtos satisfatórios é preciso planejar e executar designs que vão de encontro com a forma com a qual o cérebro humano processa estímulos visuais.
A mente tem a tendência de preencher objetos incompletos, e desta forma é mais coerente que compreendamos imagens através de formas básicas mais do que de linhas desconexas e ainda, que percebamos conexões entre elementos baseados em seus formatos e posições.
Neste contexto, conhecida também como Psicologia da Forma, a Gestalt e seus princípios propõem que devamos analisar as percepções da mente e os comportamentos humanos como um todo. Sugerindo, portanto, que não nos concentremos somente em cada componente pequeno, mas sim em como funciona a interação de uns com os outros, em sistemas complexos.
Quais são os princípios da Gestalt?
Conjunto de diretrizes que norteiam a percepção visual e cognitiva, os princípios da Gestalt desempenham um papel fundamental nas práticas de design. Aqui iremos descrever as 7 principais e sua relação com o Design de Interface (UI):
Lei da Semelhança: Os elementos semelhantes tendem a ser agrupados juntos. Ex: Carrossel de Categorias, a proximidade de cada imagem e de seu texto correspondente comunica que elas estão relacionadas entre si.
Lei da Proximidade: Os elementos que estão próximos uns dos outros são percebidos como pertencentes ao mesmo grupo. Ex: Card de Produto, quando componentes, mesmo que diferentes, estão localizados em uma mesma região fechada.
Lei da Continuidade: Os elementos dispostos de forma contínua são percebidos como uma linha ou padrão. Ex: Vitrines de Produtos, organizadas em linha com a possibilidade de ver mais (setas ou rolagem).
Lei do Fechamento: Os usuários têm a tendência de fechar lacunas ou completar formas incompletas visualmente. Ex: Iconografia do site, na qual a simplicidade e intersecções ajudam a comunicar um significado, de forma clara e rápida.
Lei da Simetria: Os elementos simétricos são percebidos como sendo mais organizados e equilibrados. Ex. Grid de Banners, uma ferramenta útil para comunicar informação de maneira rápida e eficiente, focando no que realmente é importante.
Lei da Figura e Fundo: Os indivíduos tendem a perceber a figura principal separada do fundo. Ex: Modais de Lead, que quando aparece, pode cobrir o conteúdo importante e remover o seu contexto, além de exigirem uma ação imediata.
Lei da Experiência Prévia: Como as pessoas percebem e interpretam o mundo é influenciada por suas experiências passadas. Ex: A diagramação no Menu, onde em mobile, é convencionado que o acesso ao menu de categorias é pela esquerda, enquanto o acesso ao carrinho de compra dá-se pela direita. Assim como a escolha visual de ícones para cada ação (busca = lupa).
Mas por que entender isso é importante para o design web e mobile?
Simples! Para promover experiências digitais em que o design de interface (UI) funcione de maneira eficiente e envolvente, você precisa assimilar fundamentos da percepção humana. Ter uma compreensão sólida de como esses princípios funcionam poderá ajudar, em ao menos, três contextos:
Ao estabelecer quais elementos de design são mais eficazes em uma determinada situação. Por exemplo, quando usar hierarquia visual, sombreamento de fundo, gradientes e como agrupar itens semelhantes e distinguir itens diferentes.
Ao direcionar a atenção dos usuários para pontos de foco específicos, uma vez que estes princípios psicológicos têm o poder de influenciar a percepção visual humana, levando-nos a realizar ações específicas e possibilitando mudanças comportamentais.
E, no mais alto nível, a projetar produtos que resolvam o problema do cliente ou atendam às necessidades do usuário de uma forma atrativa, agradável e intuitiva de usar.
Ao considerar tais princípios é possível criar interfaces que facilitem a memorização de informações, pois o cérebro humano está programado para ver estruturas de forma lógica e reconhecer padrões. Sempre empenhado em organizar os estímulos de modo a criar sentido.
Portanto, entender e utilizar adequadamente essas leis vai além da estética ou feeling de designer. É acima de tudo sobre comunicação, performance e conveniência. Uma possibilidade latente de melhorar a usabilidade, a experiência do usuário e o sucesso geral de um produto ou serviço.